sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Desesperança

Que braços se abrirão
Para acolher este anjo
Que viu negado o direito
De continuar a jornada
Neste mundo e entre nós?


Como dizer esta criantura
Que acabaram-se os sonhos,
E que as esperanças se esvaíram
Por entre os dedos
Que estavam a segurá-la?


Como explico a ela,
Que o amanhã não virá,
Que o dia não amanhecerá,
Que a flor não desabrachará,
Que o livro se fechará?


Como eu digo?
Não, não há o que dizer.
Somos impotentes
Diante da vontade maior
Que a roda da vida impõe.

Lilia Maria

A primeira versão deste poema foi escrito há muito tempo para ilustrar uma palestra da minha amiga psicóloga Sandra Cardoso. Ela iria falar sobre crianças com câncer. 







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