sábado, 10 de abril de 2021

Somos iguais

Não importa se nobre
Ou um simples plebeu,
Se mora numa mansão,
Ou se vive na favela,
Todo mundo tem porão
Onde guarda tudo de seu,
Segredos que a ninguém revela.

Lilia Maria

segunda-feira, 5 de abril de 2021

História de uma vida

A brincadeira da menina 
Virou o sonho da adolescência, 
Que se transformou na meta da jovem, 
Que acabou sendo a vitória mulher madura, 
Que era o orgulho da senhora idosa.
Ela se foi, mas o legado ficou.

Lilia Maria

Não importa o que, mas sempre deixamos algo para próxima geração.
(era texto, virou poesia)

sábado, 3 de abril de 2021

Lembranças

Saiu caminhando pelas ruas onde morou na adolescência e juventude. Estava tudo tão diferente! As casas, a cores, os perfumes. Nada mais fazia sentido. 
Chorou... 
E as lágrimas esmaeceram as recordações.
 
Lilia Maria

Galinha da Páscoa

E a pequena, sentindo-se confusa, pergunta para o irmão:
- E coelho bota ovo? Não deveria ser galinha da Páscoa?
- Cala a boca! Se eles escutam (referindo-se aos pais) você vai comer omelete em vez de chocolate!
E a dúvida permaneceu para sempre.

Lilia Maria

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Verônica

Era uma menininha de uns 4 ou 5 anos. O tempo: Semana Santa, anos 50.
De mãos dadas com a mãe e a avó, lá iam elas acompanhando a procissão. Não entendia bem o que acontecia. Todos rezavam e choravam atrás de um caixão.
De repente para tudo. Uma mulher toda de preto, que soluçava alto começa a cantar e desenrola um pano branco com um rosto pintado em vermelho.
Ela sentiu medo, muito medo e teve pesadelos por mais de uma semana.

Lilia Maria

Verônica foi uma mulher piedosa  que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a cruz, deu-lhe seu véu para que ele pudesse limpar seu rosto. Jesus aceitou a oferta e, após utilizá-lo, devolveu-o à Verônica. E então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impresso nele.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Foi assim

Ela não podia desmoronar diante de tantos acontecidos. Precisava continuar o esteio, o exemplo, o porto seguro onde muitos vinham ancorar.
Nas noites vazias, chorava e confessava suas tristezas e fraquezas ao amigo travesseiro. Então acordava refeita, pronta para desempenhar seu papel.
Deveria ter sido sempre assim, mas não foi. Acabou nua diante da plateia, recebendo a mais sonora vaia.
Aprendeu? Não! Continuou guardando na alma seus medos, suas tristezas, seu grito, a solidão.

Lilia Maria