sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Viva 2022!

Ano Novo é assim,
Mal dá tempo de dizer adeus ao velho,
E ele já se instalou.
Chega no meio de festa,
De fogos e orações,
De cantos, contos e comilança.
Mesmo quem está só,
Por querença ou precisão,
Instala um sorriso no rosto
E assim como todos,
Sonha.
Ano Novo é esperança,
É promessa de felicidade,
É força renovada
Para enfrentar o que virá.
Viva 2022!!!

Lilia Maria

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Feliz Natal!

Natal não é só presentes,
Natal é presença.
Presença de Deus em nossas vidas,
Presença de amor no coração.
Natal não é só luzes e alegria,
Natal é ternura,
É compaixão.
Natal é momento de encontro,
Encontro, real ou virtual,
Com pessoas que queremos bem.
Natal é bons sentimentos,
Todos juntos e misturados,
Emanando boas energias
Para que o mundo seja de paz
E boa vontade.

Lilia Maria


domingo, 31 de outubro de 2021

Matemática Moderna incita à subversão

 

Matemática Moderna incita à subversão

Entre os meus “guardados” encontrei um pequeno recorte de jornal de 1980. Creio que quem me enviou não se ateve muito ao conteúdo. A intenção era fazer uma brincadeira, já que o meu pai sempre me chamava de comunista. O título do artigo é o mesmo do “post” e o conteúdo é o que segue:

 

 A ideia de subversão pelo ensino de matemática moderna já havia surgido há alguns anos e volta à baila através de duas revistas argentinas, tendo como origem geográfica sempre a mesma província de Córdoba,

Segundo a revista “Science for the People” (março/abril, 1980), as autoridades provinciais baixaram um novo decreto proibindo o ensino de matemática moderna na província. As razões são as seguintes: seus postulados estão a favor da lógica formal e favorecem a geminação de uma ideologia subversiva cuja linguagem utiliza palavras “matriz” e “vetor”, consideradas pelas autoridades “tipicamente marxistas”. A “pior” das palavras é “conjunto” por evocar a reunião, a coletividade, a massa!

Decididamente a matemática moderna consegue desagradar a gregos e troianos. Na Rússia ela é considerada muito burguesa.

 

 O ensino da Matemática sempre foi uma grande preocupação para os educadores. Antes de 1950, os professores desta disciplina ocupavam-se com os cálculos aritméticos, as identidades trigonométricas, problemas de enunciados grandes e complicados, demonstrações de teoremas de geometria e resolução de problemas sem utilidade prática. No início da década de 60, ocorre uma mudança, influenciada por uma discussão internacional acerca de uma nova abordagem para o ensino de Matemática. Este Movimento internacional torna-se conhecido como Movimento da Matemática Moderna (MMM).

Quando ingressei no antigo ginásio, em 1964, a maioria dos professores de matemática do estado de São Paulo estava comprometida com a mudança de curso do ensino dessa disciplina. Dentro do MMM, a construção do conhecimento matemático era feito a partir dos conceitos básicos da Teoria dos Conjuntos. A crítica que sempre foi feita a este método de ensino é que os conceitos são muito abstratos e que levam a um formalismo matemático desnecessário no ensino básico.

Muitos anos depois, já formada e trabalhando em sala de aula, tornei-me uma defensora feroz da continuidade dos preceitos fundamentais do MMM. A construção da matemática a partir da lógica embutida na Teoria dos Conjuntos, a meu ver, tornava claro muitos dos conceitos que antes eram decorados. O problema não era o que se ensinava, mas como se ensinava. Conceitos abstratos podem ser facilmente absorvidos quando se parte do concreto para a generalização.

Pensando nas experiências que os alunos deveriam ter para sair do concreto para o abstrato, em 1985 tentei criar na escola em que era titular, um “laboratório de matemática”. A ideia era que os alunos fizessem experiências ou que participassem de brincadeiras para depois, refletindo sobre a atividade, construíssem definições e conceitos.

Meu experimento durou exatamente dois dias. A diretora da escola, alegando que os alunos faziam muito barulho, proibiu a atividade. Conversando depois com os meus colegas, eles disseram que na sala de aula não se escutava o que estava acontecendo no pátio. Insisti com a diretora dizendo que o barulho não estava incomodando o andamento das outras aulas. Aí ela “disparou”:

- Incomoda a mim... Menina! Aprenda: escola só é boa quando não tem aluno dentro!

O choque foi tão grande que a partir deste dia decidi buscar outros horizontes.

Apenas para encerrar, 1964 foi o ano do golpe militar. Se a matemática moderna era subversiva, obvio que aqui no Brasil, mais cedo ou mais tarde, ela deixaria de ser ensinada ou então, seria ensinada, mas não de forma adequada. Um assunto a se pensar...

 

Lilia Maria

Conversando com Drummond

E agora Carlos?
Que faço eu da vida,
Se a poesia não vem me visitar?
E agora Carlos?
As palavras estão entaladas
Na alma e no coração.
Nada do que penso
Consigo colocar no papel.
Falta-me a rima e o ritmo,
Falta-me inspiração.
E fica tudo embaralhado,
Como embaralhada está a vida
Neste momento de transição.
E agora Carlos?
Como coloco tudo no lugar?
As pedras continuam no caminho,
As pernas ainda estão no bonde,
Minas ficou para trás.
Carlos, me socorre amigo!
Lendo seus escritos,
Quem sabe escrevo um verso tosco
E a poesia volte a me visitar.


Lilia Maria




quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Vem primavera, vem...

De primavera em primavera,
Vem setembro, vai setembro,
E vamos contando assim:
Quantas primaveras já vivi?

Primavera das flores,
Das cores que anunciam o verão,
Do canto dos pássaros,
Do despertar a vida dentro de mim.

Primavera precoce ou tardia,
Primavera que está no dia a dia
De quem ama viver e sorrir
Para o bem vindo futuro.

Primavera é esperança,
É fonte de uma eterna juventude,
Que não está no corpo exposta,
Mas sim dentro da alma e do coração.

Lilia Maria

domingo, 20 de junho de 2021

E assim nós vamos

O tempo passa,
E eu passo com ele.
E neste compasso, envelheci.
As rugas apareceram,
Os cabelos embranqueceram,
As pernas já não são tão ágeis.
As memórias falham
E as lembranças se embaralham.
As vezes não sei dizer
Se vivi ou se sonhei.
Não tenho medo da morte,
Ela é a única certeza
Do que ainda está por vir.
Não, ela não me assusta.
O que me assusta é a solidão,
É não mais falar, não pela mudez,
Mas por não ter interlocutor.
E assim sigo a vida,
Enquanto ela me suportar.

Lilia Maria

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Viva do sol!

Enquanto o sol ilumina o dia,
Me aquece e esquece
Que sua luz desperta.
Desperta a semente que gemina,
Desperta a flor que desabrocha,
Desperta a cidade da calmaria,
Desperta a mata, a floresta,
Desperta a vida em todo lugar.
É tudo sempre tão igual,
Tão lógico e natural,
Que nem nos damos conta
De quanto ele é essencial.

Lilia Maria

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Eu poesia

Eu só queria ser poesia…
Um riacho de águas claras,
Que serpenteasse pela encosta suave,
Com as margens cobertas de verde.
Verde de todos os tons,
Formando belas figuras
Como as nuvens que enfeitam o céu.

E se poesia eu fosse,
Queria ser a nuvem branca risonha,
Leve como um pensamento,
Que flutua e dá belas cambalhotas
Ajudada pela brisa que sopra
E faz com que elas caminhem
Por lugares cobertos de sonhos.

E no sonho poesia,
Que já sonhei um dia,
Pulo de história em história,
Como a nuvem caminhante,
Como o riacho cantante,
E suspiro encantada com a vida
Que é sempre presente de Deus.

Lilia Maria

terça-feira, 4 de maio de 2021

Insone

Quando a insônia vem,
Que pensamentos se tem?
Sou apenas casca,
Dentro um grande vazio.
Como consertar
Um coração que quebrou?
Já tentei, mas foi em vão.
Eu desisto!

Lilia Maria

Eita! uma noite sem dormir... pensei, pensei,,, e decidi: deixa a vida rolar...
O que tiver que ser. será.
Agora lembrei na minha mãe com quem aprendi a cantar esta canção:

Que será, será, 
Aquilo que for será
O futuro não se vê, 
Que será, que será
O que for será

sábado, 10 de abril de 2021

Somos iguais

Não importa se nobre
Ou um simples plebeu,
Se mora numa mansão,
Ou se vive na favela,
Todo mundo tem porão
Onde guarda tudo de seu,
Segredos que a ninguém revela.

Lilia Maria

segunda-feira, 5 de abril de 2021

História de uma vida

A brincadeira da menina 
Virou o sonho da adolescência, 
Que se transformou na meta da jovem, 
Que acabou sendo a vitória mulher madura, 
Que era o orgulho da senhora idosa.
Ela se foi, mas o legado ficou.

Lilia Maria

Não importa o que, mas sempre deixamos algo para próxima geração.
(era texto, virou poesia)

sábado, 3 de abril de 2021

Lembranças

Saiu caminhando pelas ruas onde morou na adolescência e juventude. Estava tudo tão diferente! As casas, a cores, os perfumes. Nada mais fazia sentido. 
Chorou... 
E as lágrimas esmaeceram as recordações.
 
Lilia Maria

Galinha da Páscoa

E a pequena, sentindo-se confusa, pergunta para o irmão:
- E coelho bota ovo? Não deveria ser galinha da Páscoa?
- Cala a boca! Se eles escutam (referindo-se aos pais) você vai comer omelete em vez de chocolate!
E a dúvida permaneceu para sempre.

Lilia Maria

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Verônica

Era uma menininha de uns 4 ou 5 anos. O tempo: Semana Santa, anos 50.
De mãos dadas com a mãe e a avó, lá iam elas acompanhando a procissão. Não entendia bem o que acontecia. Todos rezavam e choravam atrás de um caixão.
De repente para tudo. Uma mulher toda de preto, que soluçava alto começa a cantar e desenrola um pano branco com um rosto pintado em vermelho.
Ela sentiu medo, muito medo e teve pesadelos por mais de uma semana.

Lilia Maria

Verônica foi uma mulher piedosa  que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a cruz, deu-lhe seu véu para que ele pudesse limpar seu rosto. Jesus aceitou a oferta e, após utilizá-lo, devolveu-o à Verônica. E então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impresso nele.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Foi assim

Ela não podia desmoronar diante de tantos acontecidos. Precisava continuar o esteio, o exemplo, o porto seguro onde muitos vinham ancorar.
Nas noites vazias, chorava e confessava suas tristezas e fraquezas ao amigo travesseiro. Então acordava refeita, pronta para desempenhar seu papel.
Deveria ter sido sempre assim, mas não foi. Acabou nua diante da plateia, recebendo a mais sonora vaia.
Aprendeu? Não! Continuou guardando na alma seus medos, suas tristezas, seu grito, a solidão.

Lilia Maria

quarta-feira, 17 de março de 2021

Maçã esquecida...

Olho a maçã esquecida na fruteira.
Era para fazer alguém feliz,
Mas ninguém quis.
Porque será?
Sua cor não era bonita?
Era pequena demais?
Tinha algum defeito?
Seu formato não agradou?
Vai saber...
Agora, já velha e enrugada,
Já não serve para nada.
Perdeu o viço e o sabor.
Pobre maçã...

Lilia Maria

Hoje acordei arretada. Espreguiçando olhei meus braços. O pele flácida, meio enrugadinha, me lembrou que, quando esqueço uma maçã na fruteira, sua casca fica assim. E não tem muito o que fazer. Ela está meio desidratada. Mas nunca jogo no lixo, salvo quando não dá mais para usar.
Normalmente o que faço é descasca-la cortar em fatia ou pedaços, coloco açúcar e manteiga na frigideira, quando o caramelo está pronto coloco a maçã e voilà! Temos a sobremesa...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Como dói

Dor é invisível,
Pessoal e intransferível.
Seja ela na alma,
No corpo ou no coração.
E quando acontece
Tudo junto então?
É quase insuportável,
Dá até vontade de morrer.
Mas vamos em frente,
Um dia passa,
Mesmo sem hora de terminar.

Lilia Maria

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Propaganda enganosa

Ele era um sonho.
Mas de padaria.
Era o amor perfeito,
Nascido no jardim.
Era o príncipe encantado,
Mas do livro infantil.
Ele era tudo,
Menos real.
Propaganda enganosa é crime!


Lilia Maria

Pela vida

Quando Deus fechou a porta,
E abriu a janela,
Você não viu e foi embora
Sem olhar para trás.
E agora?
Que acontece com a vida?
Continue andando
Até outra porta encontrar.
E se não encontrar?
Continue andando,
Até seu tempo acabar.
Mas nunca se esqueça
De olhar ao seu redor.
De repente um atalho
Que pode ser revelador.

Lilia Maria

sábado, 23 de janeiro de 2021

Procurando sei lá o que...

Procuro que procuro,
Não sei o que realmente procuro,
Só quero me acalmar.
E na insana busca a que me proponho,
Examinado velhos escritos,
Saudades batem profundas!
Mas é um tempo que não volta mais.
Pé no chão,
Inspira, expira, respira,
E caio fora deste turbilhão,

Lilia Maria

Escrevo isto porque entre coisas e coisinhas, um poema de quase 20 anos passou por minhas mãos.


De repente a fantasia,
Um êxtase, uma alegria. 
E eu aqui, esperando 
Pelo sol que há de nascer. 

Ah! Garoto, meu garoto, 
O que foi que deu errado? 
O tempo ficou parado 
Neste seu silêncio profundo. 

Tem estrela quem souber enxergar, 
Tem a graça quem quiser alcançar. 
E lá vou eu numa grande viagem 
Com toda a minha fé e coragem. 

De olhos abertos vou enfrentando a vida. 
Vida! Corrida, sofrida... 
Não tenho tempo para pensar, 
Meu lema agora é retomar. 

Onde foi mesmo que paramos? 
Onde foi mesmo que nos perdemos? 
Paramos? Perdemos? 
Temo dizer-lhe que não. 

Só acaba o que chega ao fim. 
Aí de mim! 

Lilia Maria 
30/09/2002

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Estou triste

Tristeza mata!
Não é como um veneno,
Que leva o corpo ao colapso.
A tristeza mata a alma.
Corpo sem alma está vivo,
Mas não tem vida.

Lilia Maria

domingo, 3 de janeiro de 2021

Anoiteceu

Acendam a luz, por favor,
Está muito escuro aqui,
Não há brilho do luar,
Resquícios dos raios de sol,
Vagalumes revoando,
Nada! Só a negra noite,
Que parece eterna,
Sem hora para terminar.

Lilia Maria