quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Aprendendo a economizar

E aqui estou eu, tentando escrever um texto sobre como funcionavam as compras naquela vendinha da esquina, cujo dono marcava tudo que uma determinada família consumia, numa caderneta. No final do mês, o pai ou a mãe iam lá pagar.
Não tenho como falar sobre isso porque em casa não funcionava assim. Meu pai nunca gostou de “ficar devendo”. Se tinha dinheiro, comprava, se não tinha, não comprava. Para as coisas necessárias, pão, carne, leite, compras na feira ou no mercado, havia sempre o dinheiro na mão.
Lembro-me que em casa havia um cofre em um canto no quarto dos meus pais. O dinheiro do mês ficava lá guardado. Minha mãe tinha uma bolsinha onde colocava algum valor para as despesas do dia a dia. Quando precisava de mais ia lá, abria o tal cofre e pegava o suficiente para o que iria pagar ou comprar.
Eu também tinha o meu cofrinho. Acho que naquela época, toda criança tinha. O meu era quase uma miniatura do cofre dos meus pais. Tinha uma portinhola fechada com uma pequena chave que ficava guardada. Onde? No cofre grande. Tinha uma abertura para colocar moedas e outra para inserir notas
bem enroladinhas. Meu cofrinho era “alimentado” pelas meus avós e tios. De vez em quando abríamos e tirávamos algum dinheiro para comprar alguma coisa pequena como um doce ou um pequeno brinquedo.
Quando eu estava maiorzinha, minha avó Lilia resolveu nos presentear com dinheiro na época do Natal e do aniversário. Claro que o dinheiro ia direto para o cofre. Não o meu, claro, mas o cofre grande. Quando o dinheiro atingia uma certa quantia, normalmente meu pai investia.
E assim, fui aprendendo que, para ter o que eu queria, precisava planejar e fazer economia.

Lilia Maria

Texto escrito durante o encontro semanal da Estação Memória

Transição

E o inverno vai virando primavera.
Uma transição lenta e feliz,
Deixa o dia mais claro,
As cores se harmonizam,
Ganham brilho,
O dia se enche de alegria.
Com sol ou debaixo de chuva,
Tem mais vida chegando.
É como se a felicidade
Estivesse presa no casulo,
E finalmente as asas
Estão prontas para voar.
Espera um pouco,
Um pouquinho só,
E verás tudo se transformar.

Lilia Maria

sábado, 18 de agosto de 2018

Insone

Que me inspire a ser amada
Na mesma solitária madrugada
Que faço versos para dormir,
Como se fosse a velha canção
Por minha mãe cantada
A me embalar,
A me acalmar,
A me redimir.
Ai sono que não brota!
Que não vem me acompanhar
Na escalada da noite fria,
Que nem o grosso cobertor me aquece,
Pois o frio vem da alma
Que não consegue descansar em paz.


Lilia Maria

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Piuiiiii

Piuiiiii! Maria Fumaça,
Que graça!
Carrega histórias passadas,
De gente que aqui veio,
Para prosperar
E fazer prosperar.


Lilia Maria

Mais uma vrz, passeando de Maria Fumaça, Muito bom!!!

domingo, 5 de agosto de 2018

Vamos indo

Quando a cachola se vai,
E as pernas ainda funcionam,
Tudo bem, sai andando sem rumo,
E neste vai e vem, quem sabe,
Os neurônios se encaixam,
E voltam a ter seu papel.
E quando as pernas bambeiarem
E a cabeça a falhar?
Senta e espera a vida acabar?
Nada disso, senhor!
Use braços, boca e nariz,
E tudo mais que possível for,
Para viver na paz e amor.


Lilia Maria

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Sem inspiração

Estou tentando escrever uma poesia,
Palavras com um certo nexo,
Talvez apenas o reflexo
Do frio desta triste manhã.
Pode ter ou não rima,
Dentro da melodia que afina
Os acordes do coração.
E, se não for pedir muito,
Que seja de pé aplaudida
Pelos amigos de plantão.


Lilia Maria