sábado, 27 de junho de 2015

Poetizando XXIV

 Poetizar é a forma que encontro
De perguntar o imperguntável
E responder sem parecer maluca.
Ao poeta, quase tudo é permitido,
Dos devaneios aos surtos de realidade,
Das doces mentiras às cruas verdades.


Lília Maria

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Vida

Entre o nascer
E o morrer,
A vida.
Não importa quanto dura,
Não importa como caminha.
Tem o ponto de partida,
E a partida para o outro plano.
Esta é a única certeza
Do que pode acontecer.


Lília Maria

domingo, 21 de junho de 2015

Cibersolidão

 No mundo cibernético,
Onde não há barreiras nem distâncias,
Quando um solitário
Encontra outro solitário,
Têm-se dois solitários
Há centenas de quilômetros distante.
Pior ainda,
Pode haver dois solitários
Sentados lado a lado.
Dai concluo:
Solidão é modernidade.


Lília Maria

sábado, 20 de junho de 2015

Depois do horizonte

Por trás das nuvens escuras
Que entristece o dia,
Há sol brilhante e céu azul.
Para lá chegar
É preciso voar, voar, voar...


Lili Maria

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Festejando

Hoje eu queria que o dia fosse de sol,
Queria brilho no céu e calor na terra,
Queria um abraço apertado,
Sentido,
Terno,
Apaixonado.
Queria festejar
Desde o despertar
Até o dia partir.
Mas se o meu querer fica querendo,
Não posso evitar
O pensamento
Que me traz amor e emoção.

Lília Maria



Um dia ainda paro de sonhar.

domingo, 14 de junho de 2015

Ensaio

Depois do dia de labuta,
Vem meu guerreiro,
Vem repousar em meu regaço...
Cuidarei das suas feridas,
Velarei pelo seu sono,
Adoçarei seus lábios com mel.
Tem meu corpo e a minha alma
Para renovar suas energias...
Vem meu guerreiro,
Jamais me afaste de ti.
O seu amor é minha vida,
O meu amor é a sua paz...

Lilia Maria

A história foi muito maior que isso... Aqui era apenas no começo, uma promessa. Haviam protagonistas, coadjuvantes e figurantes... Cada qual foi assumindo o seu papel e escrevendo a sua parte na história... Era uma produção coletiva...
A única coisa que se sabe que eu era apaixonada pelo personagem principal. 

O romance tomou rumos inesperados. Hoje faz parte do sonho, da história da vida, do que não teve um ponto final.

sábado, 13 de junho de 2015

Sapato Velho

 Aquele sapato perdido
No meio da confusão,
Queria o dono de volta
Para voltar a ter função.
De que adianta ter o couro macio,
O solado em bom estado,
Ser um clássico elegante,
E continuar jogado no canto
Como qualquer inutilidade?
Ah! Sapato! Como o entendo!
Ninguém gosta de velhos,
Seja lá o que for,
Seja lá qual o valor.
Quem sabe algum dia,
Desses dias que a gente não esquece,
Alguém percebe o coloque nos pés
E sinta o conforto e a beleza
Que você pode oferecer.


Lília Maria

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Bom dia!

 Hoje não vou fazer poesia,
Não vou escrever rimas,
Vou apenas dizes : bom dia!
Que o dia seja bom,
Por alegrias marcado,
Com surpresas felizes,
Com muitos beijos e abraços,
Pois um bom abraço apertado
É o melhor remédio que há.

Lilia Maria

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Porta-bandeiras

Bandeiras desfraldadas
Hasteadas uma a uma,
Lado a lado,
Balançam ao vento morno
Que sobra desde manhã.
Cada uma tem uma história,
Uma memória a se contar.
Não representam a pátria,
São apenas roupas usadas,
Agora molhadas do lavar,
Que estendidas no varal
Aguardam o secar,

Passar e guardar.

Lília Maria

terça-feira, 9 de junho de 2015

Trio musical

 Três pontos vibrantes,
Iluminados,
Iluminando
Em acordes perfeitos,
Que juntos fazem canção.
Cordas e voz,
Rimas sonoras
Em notas musicais.
Trinam,
Suaves deslizam,
Preenchem o espaço,
Emocionam.
A palavra cantada
É flor,
É espada,
É recado dado,
Saboreado
Pelo espectador.
Três pontos iluminados
Fazem a delícia da noite
Em mais um encontro legal.
É show.
Intimista por certo,
Mas com o valor
De um grande musical.


Lília Maria


Rogerio Santos é poeta e cantor e quando sobe ao palco, arrasa em belas canções. cuja letra ele próprio compôs.
Seu primeiro CD, Crônicas Paulistanas, encantou. Agora vem aí Hipotenusa. A primeira mostra foi um sucesso. Um show intimista, sua voz e dois violões incríveis nas mãos dos parceiros Ítalo Peron e Floriano Vilaça.  
E eu aqui, a professora de matemática dos velhos tempos do ginásio (fui professora do Rogério), fico emocionada em participar e muitas vezes ser citada no meio da apresentação.
Depois do espetáculo, ia pensando em hipotenusa: o lado maior, oposto ao ângulo maior, no triângulo inscrito é o diâmetro do círculo... De repente me passou a ideia: no triângulo retângulo inscrito, quem define o tamanho dos catetos é o ponto que caminha sobre a semicircunferência. Os dois pontos que definem a hipotenusa estão sempre fixos. Este é o show. Três pontos iluminados, iluminando a noite. É isso...

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Recado

Abro a minha Pandora
Cheia de bilhetinhos,
Cartas, cartinhas e cartões,
E lá está o papelito
Do realejo mais bonito
Que um dia consultei.
A mensagem pequena,
Em letras quase apagadas,
Era clara e cristalina
Feito a pedra de cristal
Que junto um dia guardei.
O passado volta no futuro,
Como um presente de Deus.


Lília Maria