segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

De repente



Eu não sei dizer se o amor foi de repente
Ou se de repente foi a surpresa do amor.
Eu não sei se foi tropeço
Aquilo que nem teve começo
E muito menos ponto final.
Ficou latente, latejante,
Buscando emergir das lembranças guardadas,
Quase esquecidas,
No sótão do velho casarão.

Lilia Maria

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ventania



Nesta noite de verão
Vem caminhar entre as gotas
Desta chuva que molha até o coração.
Vem procurar entre os raios
Que iluminam a penumbra do temporal,
Aquilo que se perdeu no espaço,
Pois o tempo foi só o de um trovão.
Basta um piscar de olhos
Para mudar o cenário.
O vento leva para longe as nuvens,
Mas não carrega o que se fixou neste chão.
Não sou poeira, sou raiz,
E aqui vou continuar até o dia final.
Sou como a árvore que verga,
Toca o solo num dia de vendaval,
Mas sempre volta ao prumo.
Que venha mais uma tormenta,
Vou enfrentá-la com muito brio,
Sem perder a valentia,
Sem perder o fio.

Lilia Maria

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Campeando sonhos



Por onde anda aquele sonho
Que passei a vida toda sonhando?
Procurei em vão entre os travesseiros,
De baixo da cama,
Atrás das cortinas,
Dentro do armário.
Em vão!
Meu sonho não volta mais não.
Vou tentar
Colocar outro no lugar.
Pode não ser tão bonito,
Tão rico de alegria,
Tão cheio de amor,
Mas tem que ser pobre de tristeza,
Pois esta faz tanta falta
Quanto um sapato sobre a mesa.



Lilia Maria

O sonho que falo aqui, foi em parte realizado. Aquilo que faltou, posso dizer, não é tão impossível, mas é muito improvável, Enfim, quem pode dizer "nunca mais" sem medo de errar?