sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Se é igual, por que é diferente?

Tenho dois olhos,
Cabelos e boca.
Ele também.

Meus olhos veem,
Meu cabelo é branco,
Minha boca fala e sorri.
Tudo igual.

Tenho pernas para andar
E braços para abraçar.
Ele também.

Minhas pernas me levam onde quero,
Abraço amigo, conhecidos,
E muitas vezes aqueles que nem conheço.
Tudo igual.

Meu sangue é vermelho,
E passa pelo meu coração.
Assim é nele também.

O sangue passa rápido se estou agitada,
O coração bate forte
Quando forte é a emoção.
Tudo igual.

Se é igual,
Por que é diferente?



Lilia Maria Faccio

Não me lembro de tratar alguém de forma diferente porque o tom de pele é diferente do meu. Tenho amigos de todas as cores, e todos são bem vindo ao meu mundo. 
Claro que senti esta segregação em algumas falas de pessoas mais velhas durante a vida, mas não me lembro de ter visto, pelo menos no meu meio, alguém menosprezar um negro. 

domingo, 15 de novembro de 2020

Loucuras do amor

Que grande descoberta
Fiz na calada da noite:
Meu amor não é cego,
É mudo!

E eu que pensei
Que desta vida sabia tudo,
Descobri que não sei falar,
Sou tão muda quanto o meu modo de amar.

Me ponho a rir feito louca,
É muita bobagem para alguém pensar.
E para você, que acaba de ver estes versos,
Fica proibido gracejar.



Lilia Maria
04/11/2006

Trazendo uma velha postagem para o presente. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Para meu pai

Hoje é dia dos finados.
Mas o que finou?
Em meu coração ainda vive o amor,
A saudades dos momentos especiais,
Que de especial tinha apenas a sua presença,
E a nossa eterna parceria.
A nossa convivência teve altos e baixos,
Mas guardados tenho apenas os risos,
Os conselhos, os prazeres, o carinho.
Finou o corpo cansado da vida,
Das dores, dos dissabores,
Das incapacidades que o tempo impôs,
Mas a alma, solta e renovada,
Caminha por aí como nos tempos de outrora,
Cuidando daqueles que aqui deixou.
A sua benção meu pai,
Continue sim, olhando por nós.

Lilia Maria