segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Dia Torto

O dia nasceu torto.
O sol não raiou,
A chuva caiu,
O ar esfriou,
O despertador não tocou,
Parou.
Acordei atrasada,
Estressada.
O carro não pegou,
A gasolina acabou,
E o dia que nasceu torto,
Mais torto ficou.

Aos trancos e barrancos,
As horas foram passando,
E o dia entortando.
O chefe faltou,
O almoço esfriou,
O computador não ligou,
A ponta do lápis quebrou,
Nem o café chegou.
O dia seguiu torto.

Voltei para casa,
Ônibus lotado
(Lembra, o carro quebrou...),
Meu dinheiro perdi,
Descer, quase não consegui.
Fiquei desolada.
Estou mais que cansada,
Não falta acontecer mais nada.

O dia começou torto...
Mas torto ele não vai terminar.
Nada vai me derrubar.
Um banho quente eu vou tomar,
Meu melhor pijama vou colocar.
No meu quarto vou me abrigar.
Minha cama está me esperando,
Meu travesseiro chamando,
Vou logo dormir e sonhar,
Que um lindo dia vai começar.

Lilia Maria

 
Este poema foi escrito em novembro de 2002. Lembro-me que mostrei para o Pedro, meu parceiro de trabalho. Ele deu muita risada. No dia seguinte, depois da jornada de trabalho, ele olhou sério para mim e falou:
- Você é bruxa? O que você escreveu ontem foi uma premonição.
Acreditem, tudo que está no poema aconteceu de verdade no dia seguinte.

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