quarta-feira, 4 de julho de 2012

Maria Rita e Serafim


Toc, toc, toc... Ei, ó de casa! Você está aí? Abre a porta para mim... Aqui fora está frio e chove muito. Preciso me abrigar, me secar, me aquecer... Não adianta. Acho que você adormeceu... Cansou de me esperar... Eu disse que iria demorar, mas você disse que eu poderia chegar a qualquer momento. Eu vim... E agora? Abre a porta para mim...
Pobre Serafim. Tinha vindo de longe! Caminhou muitas léguas e não esmoreceu diante de nenhuma dificuldade. Enfrentou o sol escaldante, a noite escura, a chuva fria, o vento. E faria tudo outra vez se soubesse que chegaria ao seu destino são e salvo.
Mas onde estava Maria Rita?
Maria Rita, moça bonita, que encantou Serafim com sua voz melodiosa, seu olhar doce, seu riso tranquilo. Para ele, ela fora uma promessa de dias melhores e mais felizes. Quanto ele precisava daquele alento! Sua vida não havia sido fácil, mas agora conseguia vislumbrar dias de alegria ao lado da mulher amada. Ah! Maria Rita! Por onde anda você.
Cansado de esperar a porta se abrir, dormiu ali mesmo, encolhido como um feto a espera da bolsa se romper.
Os primeiros raios da manhã veio acordá-lo. Sentia o corpo dormente, a cabeça pesada, os olhos cansados.
De repente o cheiro de pão quente e do café despertou a sua fome. Aguçou os ouvidos. Vozes! Conversavam... Aí a porta se abriu e dois olhos surpresos olhavam para ele.
Quem é você estranho viajante? Quem ou o que procuras?
Procuro a fada mais bela, a dona dos meus dias futuros, a mãe dos meus filhos, a mulher da minha vida...
Corre moço, se fores depressa ainda é tempo de alcançar Maria Rita no meio do caminho. Ela foi procurar um certo Serafim.
Saiu correndo afobado e só parou quando viu a sua Maria Rita de braços abertos esperando por ele.
E assim termina esta história, com mais um final feliz. Quem me dera eu pudesse ter um final feliz também...

Lilia Maria

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