quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ouvindo o vento

E de repente o vento falava.
Contava da chuva fina
A história do seu viver.
Não era a água guardada
Nas nuvens que encobriam o céu.
Eram muito mais.
Eram as lágrimas de Deus.
Lágrimas de felicidade
Que fertilizavam a terra.
Lágrimas de emoção
Que levavam lembranças.
Lágrimas de decepção,
Que inundavam os rios.
Lágrimas, apenas lágrimas,
De um choro sem razão.
E o mundo se cobriu de flores.
E as calçadas ficaram limpas.
E os rios ficaram turvos.
E a vida continuou.
Assim eu também chorei,
Felicidade, emoção, decepção,
Motivos não faltaram,
Mas um dia as lágrimas secaram.


Lília Maria

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