segunda-feira, 6 de abril de 2015

No espelho

Parece que conheço aquela pessoa
Que se mostra postada à minha frente.
Tem o olhar um tanto apagado,
Os cabelos desbotados pelo tempo.
A boca murcha esboça um sorriso.
Linhas vincadas no rosto
São como mapas das memórias
Dos caminhos percorridos até então.
Conheço aquela expressão.
Não parece alguém que sofre
Por ver a vida passar,
Mas alguém que bebe os segundos
Como água fresca da fonte.
Quem é este ser perdido
Que ai postado em minha frente
Parece um outro eu?
Não sei se choro
Ou se solto um extensa gargalhada.
Não há nada mais bizarro
Que olhar-se logo cedo no espelho.


Lília Maria

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