domingo, 17 de novembro de 2013

Amortalhado

Sim, eu amei um dia.
Amei e só eu sei quanto.
Para uns era amor sem fim,
Outros achavam que não era tanto.
Tanto quando era o encanto,
De ter um amor em mim,
Era a amargura de vê-lo definhar
Até  ao fim chegar.
Mais tarde descobri,
Entre espantada e satisfeita
Que o amor não morre nunca,
Apenas muda de estado,
Da fluidez do amor correspondido,
À aridez do amor semiesquecido.
E fica latente, latejante,
Lânguido, adormecido,
Num estado de catalepsia,
Que parece não mais voltar.
Está na hora deste amor doido
Encontrar seu berço de aconchego
E entre plumas e brancos lençóis,
Fechar os olhar e sossegar.


Lilia Maria

Nenhum comentário:

Postar um comentário