sábado, 20 de agosto de 2011

Cinco sentidos

Ninguém me contou,
Vi com esses pobres olhos
Que não entendem a imagem
Que ficou colada na retina.


Ninguém me contou,
Escutei em alto e bom som
Palavras que pareciam desconexas
E ainda ecoam como um velho refrão.

Ninguém me contou,
Senti tateando com as minhas mãos
O morno, o áspero, o macio,
O contorno da obra inacabada.

Ninguém me contou,
Inalei o perfume que inebriou,
Mas acabou misturado a outros odores
Que moram na imaginação.

Ninguém me contou,
Degustei em pequenos bocados
Com medo que fosse acabar
Antes da fome saciar.

Sensações indescritíveis, únicas,
Que os cinco sentidos nos permitem ter
Fazem o retrato do mundo
Onde a palavra de ordem é VIVER.


Lilia Maria

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