sábado, 30 de janeiro de 2016

O vestido de casamento

Estou aqui meio gripada, meio cansada, mas com a cabeça revirando lembranças.

Eu me casei num longínquo 19 de setembro. Embrora já tivesse quase 29 anos, acho que guardava todos os sonhos da menina, da adolescente, da jovem muito jovem. Eu era (e sou) uma romântica incorrigível. 

Minha família estava bem de vida, mas não dava para imaginar uma festa grande, com jantar, música para dançar, e todas estas coisas que hoje as noivas não abrem mão. 

Num sábado, bem antes da data, lá fomos nós na famosa Rua São Caetano para escolher o vestido, que seria presente dos meu pais.

Olhamos várias vitrines, nada me encantava. Aí minha irmã teve a ideia: vamos entrar numa loja que pareça ter boas costureiras e bordadeiras, e vamos assuntar.

Entramos. Veio o figurinista nos atender. Expliquei cuidadosamente o que queria. Ele arregalou os olhos. Nada disso, disse, uma noiva de meia idade tem que se colocar no lugar. E começou a desenhar um vestido tipo tubo, justíssimo, com uma fenda enorme atrás , um drapeado na frente que terminava em um losango bordado em pedrarias. Na cabeça, um arremedo de chapéu, com flores e um discreto véuzinho cobrindo o rosto. 

Credo! Falei, deste jeito foi parecer avó do meu noivo! Ele perguntou: ele é mais novo que você? Sim, respondi, então arruma outro mais velho, aqui o seu vestido será este...

Lilia Maria

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