quarta-feira, 16 de abril de 2014

O fato e o ato

Olho mais uma vez para aquele homem
Que outrora era o esteio,
A fortaleza.
Os cabelos estão ralos,
A vida também.
Os olhos azuis ainda têm luz,
Mas olham o infinito
Com um tom aflito
De quem continuar com coragem.
Tem sede,
Tem fome,
Tem vontade de viver,
Mas viver dói mais
Do que parece suportar.
Quero ser solidária
Mesmo sabendo que é batalha perdida,
Pois a morte sempre supera a vida
Em seus instantes finais


Lilia Maria

Estava lendo na revista Serafina uma matéria sobre Gilberto Gil. Um trecho chamou minha atenção:
"A morte é depois que eu deixar de respirar. Morrer é aqui. Morrer é ato, morte é fato", Pensei em meu pai, em suas lamentações, em suas dores. Ele vive um dilema. Quer viver, é fato, mas não aceita a vida limitada que leva agora, quer viver como outrora, parecendo dono de seu destino, do seu mundo. Mas meu pai, somos donos do que?

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